Em meio à batalha eleitoral antecipada entre integrantes da base de apoio à administração tucana, o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, assumiu a Presidência do PSDB de Alagoas, nesse sábado (11). Após o prefeito licitar setor de serviços gerais da Educação do Município, que emprega 842 trabalhadores, quatro dos cinco vereadores tucanos boicotaram a convenção, exigindo de Rui uma posição contra a alegada interferência de um ex-prefeito em suas bases eleitorais.
Rival da família Calheiros em Alagoas, o prefeito tucano assume o partido para comandar as articulações do PSDB para a disputa contra o projeto de reeleição do governador Renan Filho e do senador Renan Calheiros, pelo PMDB, em 2018.
Rui Palmeira é o nome mais forte da oposição para disputar o Governo de Alagoas, mas não admite ainda a pré-candidatura. E sua ascensão é consequência direta das declarações do presidente do DEM de Alagoas, José Thomaz Nonô, feitas com exclusividade ao Diário do Poder, há um mês, quando este acusou o ex-governador e ex-presidente do PSDB, Teotonio Vilela Filho de manter aliança branca com o Renan, desde 2014.
Nesse sábado, Téo Vilela reafirmou sua confiança no prefeito de Maceió e na candidatura de Rui Palmeira como candidato a governador. Enquanto o novo presidente do PSDB de Alagoas admitiu que articula as eleições de 2018, mas não admitiu sua candidatura.
“O desafio é fortalecer o partido. Nós, obviamente, estamos dialogando sobre 2018. Não temos ainda nomes definidos, mas o que a gente pode garantir ao povo de Alagoas é que o PSDB e os partidos aliados vão ter candidaturas fortes ao governo do Estado e ao Senado”, disse Rui Palmeira.
Aliados previam uma convenção festiva, em Arapiraca. Mas o prefeito optou por fazê-la em Maceió. Antes, porém, Rui esteve na quinta-feira (9), no município do Agreste de Alagoas, onde disse que só discute candidatura em 2018, porque foca na resolução dos problemas da capital alagoana. Mas destacou seu grupo político como forte o suficiente para derrotar os Calheiros. “Não podemos aceitar monopólio em Alagoas de quem quer que seja”, disse o líder tucano.
Entre os líderes políticos que prestigiaram a posse de Rui no comando do PSDB estiveram o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, presidente estadual do PR; o senador Benedito de Lira (PP-AL); o prefeito de Arapiraca Rogério Teófilo (PSDB) e o deputado estadual Bruno Toledo, presidente estadual do PROS. Sem clima para encarar Téo, o presidente do DEM, José Thomaz Nonô, não foi à convenção, mas foi citado por Rui entre os aliados.
O BOICOTE
Os vereadores tucanos que boicotaram a convenção tucana foram o presidente da Câmara de Maceió, Kelman Vieira; o líder governista Eduardo Canuto, Zé Márcio Filho e Dudu Ronalsa. Antes do boicote, nenhum deles havia se manifestado publicamente sobre a posição fechada, que tem como alegação central o fato de Rui Palmeira ignorar a guerra interna deflagrada contra seu aliado e ex-prefeito de Paripueira, Abrahão Moura.
Eles exigem do agora presidente estadual do PSDB uma posição quanto à “interferência de Abrahão Moura na Prefeitura de Maceió, em benefício da candidatura de sua filha Cibelle Moura”.
Mas o prefeito não se manifesta, porque tal descontentamento também envolveria o avanço da licitação da empresa que vai controlar 842 postos de trabalho na Secretaria Municipal de Educação. Com a licitação, haverá uma economia de R$ 10 milhões, após a homologação do certame, nos próximos dias.
A concorrência pública com 26 empresas deve cancelar o contrato emergencial com a BRA Serviços Gerais, que apresentou cinco impugnações contra o certame, desde 2014.
Somente a vereadora tucana Tereza Nelma prestigiou o evento. Os vereadores tucanos que protestaram ainda não falam se vão deixar o PSDB ou ingressar na oposição ao prefeito, apoiando Renan. Mas prometem ampliar a tensão política com Rui.