PF diz que irmão de ex-governador pediu propina a empreiteiras

Elias Vilela foi citado por delatores, atuando em nome de Téo

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A Polícia Federal revelou que delatores acusaram o empresário Elias Vilela de pedir propina às construtoras OAS e Odebrecht, em nome de seu irmão e ex-governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Ambos foram ouvidos nesta sexta-feira (1º), no âmbito do Inquérito da Operação Caribdis, que evidenciou o suposto pagamento de propina de R$ 2,1 milhões ao ex-governador tucano, para beneficiar as empresas na obra do Canal do Sertão Alagoano.

Além dos irmãos Vilela, o engenheiro da empresa Cohidro, Geronimo Leonel, também foi ouvido. E a revelação de que Elias seria o intermediário da propina foi do delegado chefe do Núcleo de Inteligência da Polícia Federal em Alagoas, Antônio Carvalho.

Todos os depoentes negaram recebimento de propina das empreiteiras, para favorecer as construtoras dos trecho 3 e 4 do Canal do Sertão, que registra R$ 70 milhões de prejuízo. E até confirmaram participação em reuniões com os representantes das construtoras, mas para tratar de “assuntos institucionais”.

“Os colaboradores da Odebrecht afirmaram que foi o irmão dele, o senhor Elias Vilela, que teria solicitado vantagem indevida, ou seja, solicitado propina. E não vejo nenhuma justificativa para uma pessoa que trabalha no ramo da cana-de-açúcar fazer parte de uma reunião com empreiteiros que trabalham na construção civil. Ele [Elias Vilela] resolveu permanecer na reunião, porque tinha interesse na obra. Que ele é um entusiasta da obra do Canal do Sertão e queria saber as tratativas”, disse Antônio Carvalho, em entrevista à TV Gazeta.

Elias Vilela é pai do deputado federal Pedro Vilela (PSDB).

A OPERAÇÃO 

A Operação Caribdis foi deflagrada na última quinta-feira (30) e busca provas sobre a suposta propina que teria sido paga a Téo Vilela em três parcelas de R$ 1 milhão, R$ 906 mil e R$ 150 mi, identificadas na planilha do esquema como destinada a “Bobão”, apelido criado para o tucano.

A PF ainda investiga o atual secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Marco Fireman, que foi titular da Infraestrutura do governo tucano, no período das investigações, e ainda Fernando Nunes, ex-secretário executivo da Infraestrutura.

O Diário do Poder obteve apenas o posicionamento do ex-governador Teotonio Vilela Filho, sobre os fatos relatados na investigação. Segue a nota:

O ex-governador Teotonio Vilela Filho tem consciência de que não praticou nenhum crime e que a verdade será restabelecida.

Em coerência com a sua história de vida pessoal e política, o ex-governador assegura ser o maior interessado na elucidação dessas investigações e que continuará à disposição das autoridades, contribuindo no que for preciso.

Assessoria de Comunicação do ex-governador Teotonio Vilela

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