Um grupo de agentes da Polícia Federal cumpriu nesta quinta-feira (23) mandados de busca no apartamento da ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, no bairro da Recoleta, em Buenos Aires.
A operação foi ordenada pelo juiz Claudio Bonadio depois de receber a autorização do Senado. Ao todo, três residências de Kirchner foram alvos da investigação que apura propinas milionárias em troca de contratos de obras públicas.
Uma das buscas ocorreu no apartamento do bairro de Recoleta, onde a diversos policiais isolaram o prédio. Já as outras, foram em duas propriedades de Kirchner, uma em Río Gallegos e outra em El Calafate, no sul do país. A autorização foi dada ontem (22) após 67 senadores, inclusive a própria argentina, aprovarem a operação, já que ela tem imunidade parlamentar. O escândalo em questão envolve oito cadernos usados por um ex-motorista do Ministério do Planejamento que anotava todas as viagens feitas por ele para entregar sacolas com dinheiro durante o período kirchnerista.
As quantias teriam sido dadas por empresários a funcionários do governo para obter concessão de obras públicas. Os cadernos deram início a uma série de buscas e prisões de funcionários do governo e empresários, algo comparável à Lava Jato no Brasil.
Na sessão do Senado, a ex- mandatária novamente denunciou “perseguição” e afirmou que este fenômeno não é apenas no seu país, mas “regional”, “também encontrado no Brasil e no Equador”, fazendo uma alusão aos casos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Rafael Correa, dois antigos aliados de sua administração. Cristina Kirchner foi a primeira mulher eleita e reeleita presidente da Argentina e hoje atua como senadora. Ela sucedeu seu falecido marido, Nestor Kirchner, que governou entre 2003 e 2007. (Com informações da agência ANSA)