Paulo Maluf deixava o governo paulista, em 1982, e tentava emplacar
Reynaldo de Barros à sua sucessão, levando-o as inaugurações de
obras. Numa delas, na periferia, foi abordado por um morador, que se
queixava da vida, da sorte e, sobretudo, de sua casinha localizada
perigosamente à beira de um barranco. Maluf achou encanto na
tragédia pessoal do cidadão:
– Veja que linda vista o senhor tem! E perto do novo cartão postal da
cidade!
Chamou Reynaldo, que estava a alguns metros, para ganhar aquele
voto. Mas o candidato de Maluf observou, com estonteante sinceridade:
– É, realmente o senhor mora num lugarzinho bem ruim…
Maluf jamais o perdoou.
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