Doleiros que movimentaram US$ 1,6 bilhão em 52 países são alvos da Lava Jato

Suspeitos usavam sistema que envia dólar ao exterior sem passar por bancos regulados pelo BC

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Agentes da Polícia Federal cumprem na manhã desta quinta (3) mandados de prisão contra 45 doleiros suspeitos de movimentar US$ 1,6 bilhão – cerca de R$ 5,6 bilhões – em 52 países. No âmbito da Operação ‘Câmbio, desligo’, os mandados são cumpridos no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, além do Paraguai e Uruguai. Estão sendo cumpridos 49 mandados de prisão preventiva – seis deles no exterior –, além de quatro mandados de prisão temporária e 51 de busca e apreensão.

O principal alvo das prisões é o doleiro Dário Messer, apontado pelas investigações como o principal doleiro do país. Ele e outros suspeitos são acusados de integrar um sistema chamado “Bank Drop”. O esquema enviava recursos ao exterior por meio de uma ação conhecida como “dólar-cabo”, ou seja, dinheiro era enviado ao exterior sem passar por instituições financeiras reguladas pelo Banco Central.

Segundo as investigações, o grupo movimentou US$ 1,6 bilhão por meio de três mil offshores, localizadas em 52 países. As empresas eram abertas em paraísos fiscais e foram usadas para ocultar o dono do patrimônio. O grupo ainda usava um sistema que une doleiros do mundo todo, denominado pelo Ministério Público Federal (MPF) como instituição financeira clandestina. O sistema permite que o dinheiro seja monitorado entre quem está no exterior e quem está no Brasil.

A ação da Polícia Federal é baseada nas delações dos doleiros Vinícius Vieira Barreto Claret, o Juca Bala, e Cláudio Fernando Barbosa, o Tony – ambos faziam parte da organização criminosa liderada pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Sérgio Mizhray, também apontado como doleiro, é outro alvo da ação desta quinta. Clientes desse sistema e usuários finais do esquema também são alvos dos mandados.

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